A vida não vem com manual
Ela vem com uma mãe
Desde o primeiro choro, o primeiro o
Ela sabe exatamente o que convém
Desembaraça os cabelos
Mesmo quando a gente chora
E mais tarde, desembaraça
Os nós da alma, vida afora

Quando um corpo carrega outro corpo
É o coração que guia a direção
No silêncio do quarto, nas noites sem fim
Ela é colo, oração e proteção

Mãe, o mundo muda e a gente cresce
Mas seu amor não envelhece
Foi crescendo que eu percebi
Que os lençóis não se dobravam sozinhos
E os pratos na pia só sumiam
Porque você estava ali
Fazendo tudo sem pedir
Cuidando, mesmo quando a gente não via

Ela escutou histórias repetidas
Fez comida preferida mil vezes
Guardou desenhos, provas e medos
E segredos que ninguém mais tivesse
A voz que dizia: Vai dar certo
A mão que segurava o céu por perto

Quando um corpo carrega outro corpo
Há mais do que vida em gestação
Há promessas, entrega, renúncia
Há um amor sem condição

Mãe, o mundo muda e a gente cresce
Mas seu amor não envelhece
Foi crescendo que eu percebi
Que os lençóis não se dobravam sozinhos
E os pratos na pia só sumiam
Porque você estava ali
Fazendo tudo sem pedir
Cuidando, mesmo quando a gente não via

E mesmo longe, eu ouço sua voz
Filho, calma, vai ar
Porque você é casa, é colo
É a certeza de sempre voltar

Mãe, o tempo a, mas não apaga
Tudo o que você foi, e é em cada saga
Nos detalhes, nos conselhos, no café da manhã
Você é o amor que nunca, nunca
O tempo a, mas não apaga
Tudo o que você foi, e é em cada saga
Nos detalhes, nos conselhos, no café da manhã
Você é o amor que nunca, se engana
Você é Jerusa, nossa canção de ninar
Nosso abraço, nossa oração

E mesmo longe, eu ouço sua voz
Filho, calma, vai ar
Porque você é casa, é colo
É a certeza de sempre voltar