Escalas musicais: o que são e como estudá-las?
As escalas musicais são sequências de notas separadas por padrões de intervalos determinados.
Elas são usadas para compor melodias, construir harmonias e improvisar, sendo um dos conceitos básicos da teoria musical.

Para te ajudar a entender sobre o assunto, preparamos um guia completo sobre escalas musicais. Vamos lá?
O que são as escalas musicais?
Vamos explicar o básico sobre formação de escalas para você começar muito bem os estudos de teoria musical e aplicar na prática.
As escalas são formadas a partir da combinações de dois tipos de intervalos: o semitom (ou meio-tom) e o tom.
No total, há 12 semitons dentro do que chamamos de uma oitava. Isso equivale a um Dó a outro nas teclas do piano ou a uma corda solta até a 12ª casa do violão, por exemplo.

Quais são as escalas musicais?
Ao saber que existem 12 intervalos de semitom separando as diferentes notas, podemos começar a montar as escalas a partir de uma sequência determinada desses intervalos.
1. Escala cromática
A escala cromática é uma escala onde todas as notas estão separadas por semitons. Corresponde a tocar cada casa do violão até à 12ª casa. No piano, corresponde à execução de todas as 12 teclas em sequência.
A convenção teórica adotada é que as notas terão seus nomes dados conforme a direção melódica. Quando vamos na direção do agudo, ou subindo a escala, usamos o sustenido:
Dó – Dó# – Ré – Ré# – Mi – Fá – Fá# – Sol – Sol# – Lá – Lá# – Si
Já quando caminhamos para o grave, ou descemos a escala, usamos o bemol:
Si – Sib – Lá – Láb – Sol – Solb – Fá – Mi – Mib – Ré – Réb – Dó
É importante saber que, muitas vezes, esses nomes são adaptados aos contextos harmônico e tonal da música em que estão inseridos.
2. Escala maior natural
A escala maior natural, conhecida como escala maior, é composta por sete notas separadas pelos seguintes intervalos: T – T – ST – T – T – T – ST.
Se utilizarmos o piano como referência, as notas brancas formam a escala de Dó maior natural, justamente com os intervalos:

Se quisermos montar a escala maior natural em outras tonalidades (como a de Sol maior), teríamos que fazer um pequeno ajuste.
Sabendo que devemos começar do Sol, o intervalo entre o 7º grau da escala e a tônica é de um tom, e não de um semitom.
Devemos adicionar um sustenido e elevar o Fá para Fá#. O resultado seria: Sol – Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá# – Sol.
3. Escala menor natural
A escala menor natural é a escala formada pelos intervalos de T – ST – T – T – ST – T – T. Partindo como exemplo da nota Lá, teremos: Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá.
Reparou que as escalas de Lá menor e Dó maior possuem as mesmas notas?
Quando existe esse tipo de ligação entre as escalas maior e menor natural, damos o nome de escalas relativas.
Para encontrar as escalas menores relativas lembre-se que elas estão três semitons abaixo da escala maior correspondente.
4. Escala menor melódica
A escala menor melódica tem suas particularidades, como possuir um padrão ascendente e outro descendente, tornando-a diferente das demais.
Um exemplo com a escala de Lá menor melódica:
- Ascendente: Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá# – Sol# – Lá (T – ST – T – T – T – T – ST)
- Descendente: Lá – Sol- Fá – Mi- Ré – Dó – Si – Lá (T – T – ST – T – T – ST – T)
Para aprender, lembre-se que, na subida, ela “termina como uma escala maior”; já na descida, ela “retorna” como uma escala menor natural.
Há também uma variação, chamada de menor bachiana, em referência ao compositor alemão Johann Sebastian Bach. Nesse caso, os intervalos da escala não se alteram na direção descendente.
Menor bachiana descendente: Lá – Sol# – Fá# – Mi – Ré – Dó – Si – Lá (ST – T – T – T – T – ST – T)
5. Escala menor harmônica
Essa escala possui um intervalo característico de um tom e meio (ou três semitons) entre o 6º e o 7º graus da escala, resultando no seguinte padrão: T – ST – T – T – T ½ – ST.
Por exemplo, em Lá menor harmônico, temos: Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol# – Lá.
6. Escala pentatônica
A escala pentatônica é formada por cinco notas: Dó – Ré – Mi – Sol – Lá. Ou seja: T – T – T ½ – T – T ½ (pentatônica maior).
Ela é muito conhecida por ser consonante e versátil na hora da improvisação. Também é usada em vários gêneros musicais e períodos ao longo da história da música.
Desde algumas músicas orientais (como a japonesa), ando pelo impressionismo francês do século XX, o jazz de Miles Davis, o blues, o rock e o heavy metal.
Também existe a pentatônica menor, relativa da maior, formada por: Lá – Dó – Ré – Mi- Sol – Lá, ou T ½ – T – T – T ½ – T.
A principal característica dessa escala é a supressão do intervalo do trítono (ou quarta aumentada). Na escala de Dó maior, esse intervalo é formado pelas notas Fá e Si.
A supressão desse intervalo confere um caráter mais “estático” a essa escala. Por isso mesmo, a torna mais versátil.
Como saber se uma escala é maior ou menor?
O que define o modo da escala são a terceira e a quinta nota – terça e quinta da escala.
Se a terça estiver a dois tons (ou quatro semitons) da nota fundamental da escala e a quinta estiver a três tons e meio (ou sete semitons), elas formarão, respectivamente, uma terça maior e uma quinta justa. Portanto, a escala será uma escala maior.
E se a terça estiver a um tom e meio (ou três semitons) da nota fundamental da escala, ela formará uma terça menor. Consequentemente, a escala será uma escala menor. Ambas as escalas devem ter quintas justas.
Perceba que a terça menor é uma das notas em comum entre todas as escalas menores (natural, melódica e harmônica).
Como treinar as escalas musicais?
Para treinar as escalas musicais, é ideal ter aprendido os padrões de intervalos que compõem as diferentes escalas.
O segundo o é aplicar esses intervalos ao longo do braço do violão de diversas maneiras.
Por exemplo, você pode tentar montar a escala de forma “horizontal”, em uma mesma corda; depois, montá-la de forma “vertical” em diferentes cordas, mas em uma mesma posição (ou casa).
Como harmonizar escalas?
Para harmonizar uma escala, o ponto de partida é o que chamamos de campo harmônico. Nele, uma escala é construída pela sobreposição das notas dela para formar acordes.
Nesse caso, iremos sobrepor a terça e a quinta de cada uma das notas da escala. Cada campo harmônico gerado terá um padrão que pode ser reproduzido em todas as tonalidades.
Os campos geram os seguintes acordes:
- Maior: I – IIm – IIIm – IV – V – VIm – VIIm5-
- Menor natural: Im – IIm5- – III – IVm – Vm – VI – VII
- Menor melódica: subindo Im – II – IIIaum – IV – V – VIm5- – VIIm5-, descendo é o mesmo campo harmônico menor natural
- Menor harmônica: Im – IIm5- – IIIaum – IVm – V – VI – VIIm5-
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Marco Teruel
Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.